
Vista aérea do terreno de 25.000 m² do Seminário e do Colégio Pueri Domus cercado de Mata Atlântica muito bem preservada - risco de desaparecimento.
Se depender das construtoras paulistanas, não sobrará uma árvore em pé na cidade, principalmente se ela for nativa e não uma de “paisagismo”. A nova ameaça agora é o colégio Pueri Domus, na rua Verbo Divino, em Santo Amaro. O jornal O Estado de São Paulo de hoje denuncia o fato na página C3.
A área do Seminário do Verbo Divino e colégio, apresenta prédios de estilo barroco com dois andares em meio a um grande e importante remanescente de Mata Atlântica que acompanhava as antigas várzeas do Rio Pinheiros. O conjunto é fundamental para a qualidade de vida da região e detentor de preciosidades vegetais em risco de desaparecimento na metrópole.
Eu estudei naquele colégio, e em sua floresta nativa apelidada de “bosque” por alunos e professores, tive meus primeiros contatos com a exuberante floresta atlântica. Lugar que visitava todo dia, desde os 4 anos de idade, e conhecia cada árvore e sua época de frutificação. Árvores de grande porte e idade habitam aquela mata. Açoita-cavalo, jerivás, copaíbas, camboatãs, perobas, canelas, copaíbas e várias outras.
Muitas vezes voltei para casa carregado de sementes e mudas em minha lancheira que plantava no terraço do apartamento onde morava na época e depois as levava para as praças próximas. O único outro uso possível para essas florestas é um parque público, como repositório da genética vegetal nativa paulistana e área de lazer e convívo urbano.
Se esse projeto especulativo e desconectado dos interesses da população for realmente adiante, prometemos muito barulho.
Ricardo Henrique Cardim
