Talvez a única palmeira nativa presente nos jardins de São Paulo, o jerivá (Syagrus romanzoffiana) não se sabe bem porque, caiu no gosto dos paisagistas e viveiristas desde os primeiros ajardinamentos da cidade, dos fins do século XIX, quando imperava os espaços verdes à moda européia, principalmente inglês e francês. Hoje, é muito fácil ver essa palmeira em todos os bairros com algum jardim na metrópole.
Outrora abundante nas nossas florestas e campos nativos, tanto que denominou o antigo nome indígena do atual rio Pinheiros, Jurubatuba, “local onde existem muitos jerivás”, ainda pode ser visto em praticamente todos restos de matas dentro da cidade, como o parque Volpi, no Morumbi, onde alcança altura maior que a mata circundante na busca de luz, apresentando um elegante estipe, o”tronco”da palmeira.
Produtora de frutos carnosos e adocicados, de coloração amarela, agregados em volumosos cachos, os conhecidos “coquinhos”, são muito apreciados pelos animais silvestres, e em outros tempos eram consumidos pelos índios do planalto e muito úteis para a engorda de animais, tanto que era costume plantar fileiras destas palmeiras perto dos chiqueiros da velha São Paulo.
Devido a suas pequenas raízes, pode ser plantado em locais com pequeno espaço de solo, e é muito indicado para a atração da avifauna, principalmente as maritacas.
Ricardo Henrique Cardim

a palmeira com sua forma caracterísitica. Muitas vezes suas folhas mais velhas são cortadas por jardineiros, mutilando-a sem necessidade
