Nos lugares mais inesperados da nossa “selva de pedra” essa figueira insiste em germinar e crescer. Trata-se da Ficus microcarpa, uma figueira nativa da Ásia, que foi muito utilizada na arborização de ruas, praças e em cercas-vivas de antigos palacetes e prédios públicos na primeira metade do século passado em São Paulo.
Essa espécie de figueira, ao contrário de outra asiática muito disseminada atualmente – a Ficus benjamina – produz sementes viáveis, e tem os pequenos figos muito consumidos pelos pássaros que acabam a espalhando por toda a metrópole. Algumas dessas sementes são depositadas em frestas de edificações e aí brotam, podendo virar grandes árvores e colocar em risco toda a construção, como no caso do viaduto acima.
Também temos figueiras nativas (epíftas) que crescem fora do solo, o popular “mata-pau” da Mata Atlântica, mas esse prefere os troncos de outras árvores perante as construções humanas.
Ricardo Henrique Cardim
